Comecei o dia perfeitamente bem, apesar de que estava chovendo e eu tinha que ir para a escola. De qualquer forma, não havia se quer um motivo para me desanimar. Eu ouvi minhas músicas dos anos 90 pelo celular enquanto sentada estava eu dentro do ônibus a caminho de casa depois de quase cinco horas de estudo. No caminho, pensei sobre os afazeres. Haverá eu combinado de ir ao cinema com uma amiga as oito horas, assistir aquele filme de comedia que todo mundo anda comentando. Mas antes disso, eu ainda tinha louça para lavar, cabelo para fazer e um telefonema para dar. Obvio que, isto não ocuparia todo meu tempo até as oito, então quem sabe eu não tiro um cochilo ou entro na rede social. Mas isso não me interessa muito agora. No meu mundinho aqui de pensamentos, não resisto e meio que sem querer venho a me lembrar do que acontecerá alguns dias atrás. Me controlo para não lacrimejar. Odeio quando estou bem, quando estou normal e vem você me lembrando de como sinto a sua falta.
Eu poderia ter terminado o dia bem, mas não vou. Porque agora que lembrei, fico pensando e o mais incrível, é que não penso em coisas ruins e sim, coisas boas. Deve ser por isso que a guria sentada do outro lado me olhou estranho depois que eu ri sozinha. Pensaria ela então que estou apaixonada. Mas estou, porém sofrendo também. Porque toda vez que me lembro daquele dia engraçado ou momento alegre, tenho vontade de chorar porque ultimamente não tenho tido nada disso. Esse vazio de não te ter mais por perto. Essa mania de fazer planos nos dias em que a gente se via para me distrair. Essa mania de me sentir culpada por tudo. Deveria lhe esquecer, e por mais que eu esteja tentando, sempre tem um momento em que lembro.
Inevitável. Pensei. Não importa o que eu faça, acabo lembrando. Agora eu já sei que depois de lavar a louça e fazer o cabelo, não vou poder dormir ou ficar na internet, iria acabar surtando. Então nada melhor do que ir comer com a mesma amiga no tempo vago. Estava decido meu dia, sorri por isso. Ligaria para ela ao chegar em casa e combinaríamos horário. Por enquanto só me cabia ficar aqui no ônibus sentada a espera do ponto final.
Pensando em você, ainda. Puta merda, porque não consigo pensar em outra coisa? Por que eu não te supero logo de uma vez por todas? Precisava ser tão difícil assim? Nem eu sabia o tamanho da importância que tu tinhas para mim. Sabia que era grande, as não tanto quando enxergo agora. Nossa, a saudade que sinto chega a me apertar o peito. Da vontade de gritar, pior, da vontade de gritar para você. De ir no seu apartamento e te xingar de todos os nomes, e quando a raiva amenizar, implorar para que fique comigo. Só não faço isso porque tenho cabeça, sei que além do fora que irei levar, vai ser humilhante. Eu deveria arriscar, mas sou muito fechada para isso.
Já em casa, dando glória a Deus que vou me distrair e parar de ficar me lamentando sobre como sou idiota, como você é incrível e como sinto a sua falta. Pego o celular, infelizmente, com esperanças no coração de chamada perdida sua - o que já virou rotina minha - e me decepciono, resolvendo então fazer a ligação. Vinte minutos depois. Conversamos sobre isso e ela decidiu me distrair. Quatro horas e teríamos nosso momento. Até lá, farei o que tenho que fazer.
O filme do cinema é legal, mas o personagem principal tem o seu nome e a ex dele ainda gosta dele. Ok, já entendi. É para piorar meu estado. Tudo bem, é normal. Você mexeu comigo e até eu superar, tenho que me acostumar com tudo. E depois de tufo que passamos, só desejo uma unica coisa: Saber se esta bem. Porque me cutuca muito o querer saber da sua situação. Sentes minha falta? Ou será que só foi um relacionamento marcante para mim? De qualquer forma, eu deveria parar de pensar sobre. Não vale a pena e pode ser que a resposta seja decepcionante. E se eu for parar para analisar, eu to melhorando. Quero dizer, já cheguei a chorar toda vez que lembrava de ti. Então é meu orgulho dizer: Estou superando você!
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